Preço dos combustíveis pode vir a sofrer aumento significativo em 2026

Na atualidade o preço médio dos combustíveis em Portugal é dos mais elevados da União Europeia e basta fazer uma comparação com a vizinha Espanha para perceber isso, sendo que a situação pode agravar-se e não apenas pela instabilidade internacional que tem impacto direto no preço do barril de petróleo.

Por um lado, desde 2022, que existe um “desconto” ao nível do ISP (Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos) que faz com que, em média, o preço da gasolina esteja cerca de 13 cêntimos abaixo do valor que era suposto ter. No caso do gasóleo o preço está cerca 12 cêntimos abaixo e a Comissão Europeia alerta, uma vez mais, que isso não pode continuar em nenhum dos casos.

Por outro lado, essa “redução artificial” tem sido conseguida com uma redução da taxa de carbono aplicada aos combustíveis fósseis e há a pressão para que a mesma seja atualizada, podendo causar um aumento adicional no preço final.

Tudo somado, de uma forma ou da outra, podendo até ser ambas, é de prever que em 2026 haja novo agravamento de preços, previsto também na proposta de Orçamento de Estado para 2026 já apresentada, com importante reflexo na vida de todos nós, em virtude de sermos um país muito dependente dos combustíveis fósseis.

Mais detalhes

Numa altura em que a penetração dos veículos elétricos e híbridos no mundo automóvel é cada vez maior, o mesmo não se verifica ao nível das motos, em que a oferta de marcas e modelos é menor, tal como a procura por parte dos consumidores.

Aliás, a recente suspensão do Campeonato do Mundo de MotoE no final da presente temporada reforça isso mesmo e até os sinais positivos, caso do ambicioso projeto do piloto Pedro Bianchi Prata com uma moto elétrica, são apenas um ponto de partida.

Mesmo que o Ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, já tenha anunciado que a reversão do apoio ao ISP não pode ser feita num só momento ao afirmar “Penso que é impensável fazê-lo de uma vez só”, não deixa de ser um sinal de alerta para os consumidores.

Foi o próprio Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, aquando da apresentação da proposta de orçamento para 2026, que anunciou que está a “trabalhar numa solução que não encareça a gasolina e o gasóleo”, talvez aproveitando, como já se fez no passado, momentos de redução de preço do barril de crude para agravar o preço dos combustíveis.

Cada vez faz mais sentido adotar uma condução mais amiga do ambiente, optar por motos que promovam a transição energética e esperar que vão surgindo novas tecnologias e se generalizem, caso dos combustíveis sintéticos, uso do hidrogénio ou propostas ainda mais arrojadas, caso da apresentada pela Suzuki de produzir combustível a partir de estrume de vaca!