Teste Honda NT1100 2025 - Conforto Aumentado
A moto turística mais acessível da Honda foi substancialmente revista para 2025 e ganhou novos argumentos que a tornam muito mais irresistível para quem quer percorrer longas distâncias.
andardemoto.pt @ 14-1-2025 15:04:31 - Texto: Rogério Carmo
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Honda NT1100 MT 2025 | Moto | Touring & Sport TouringA Honda NT1100 é a prova de que, para fazer longas viagens em bom ritmo, com todo o conforto e segurança, mesmo com passageiro e bagagem e sem preocupações com a meteorologia, não é preciso gastar nenhuma fortuna.
Sobretudo com esta nova versão de 2025 que foi agradavelmente revista e que se prevê que seja um ainda maior sucesso de vendas, apesar de, desde a sua chegada ao mercado europeu em 2021, já ter vendido quase 20.000 unidades, das quais dois terços equipadas com a transmissão automática DCT.
A sua popularidade e facilidade de utilização foram recentemente confirmadas com a revelação de que o modelo, com ligeiras alterações, vai chegar à América para servir nas diversas forças policiais dos Estados Unidos.
Para poder comprovar as melhorias que este modelo encerra, aceitei o convite da Honda para estar presente em Málaga, na apresentação internacional deste modelo, aos comandos do qual, nos últimos anos, já tinha somado mais de meia dúzia de milhares de quilómetros, em diversas circunstâncias e condições.
Desde a apresentação internacional do modelo original, em 2021, nos arredores de Tarragona, numa posterior viagem de dois dias, por estradas secundárias entre o Porto e Madrid, e numa escapadela de uma semana de férias, percorrendo mais de 3000 quilómetros com passageiro, numa volta pelos Pueblos Blancos do sul de Espanha, além de uma participação no Lés-a-Lés de 2022, pude testar, poderia dizer até desfrutar, de ambas as versões, com e sem DCT.
Este novo modelo, além das carenagens redesenhadas e reformuladas, com linhas actualizadas, mais estilizadas, destacadas por novas luzes DRL de alto brilho, com os piscas integrados, recebeu também alterações no seu motor bicilíndrico que, apesar de manter a cilindrada de 1084 cc, beneficia agora um significativo aumento de binário que se revela sobretudo nos médios regimes de rotação, graças a uma admissão revista e a uma cambota, pistões e bielas com novo desenho.
Mais importante ainda, a versão DCT recebe agora de série uma suspensão eletrónica da Showa, que permite otimizar o amortecimento em tempo real para todas as condições de condução, além de deixar afinar a pré-carga da mola traseira em movimento. Igualmente importante ainda é o facto de a embraiagem dupla passar agora a estar monitorizada por uma unidade de medição de inércia que inibe as passagens de caixa automáticas em inclinação.
A IMU de seis eixos também fornece um desempenho mais preciso do controlo de tração, regulável em três níveis, assim como do controlo anti-cavalinho (anti-wheelie), também com três níveis de intervenção, e do controlo de descolagem da roda traseira sob travagem, além de proporcionar um melhor desempenho do ABS em curva. Os modos de condução, 5 no total, também estão sujeitos à influência da IMU, que adapta automaticamente os diversos parâmetros das ajudas eletrónicas a cada um deles.
Outras melhorias práticas e de conforto, dignas de grande destaque, consistem no novo assento mais ergonómico (apesar de, para os grandes viajantes, se recomendar o assento de conforto opcional que é substancialmente mais agradável), malas laterais com maior capacidade (25mm mais largas), agora ambas capazes de albergar um capacete digno do nome (graças a novas tampas que podem ser instaladas sem qualquer alteração nas NT1100 da primeira geração, conferindo-lhes a mesma capacidade) e um pára-brisas com a regulação em altura, num total de 167mm e em 5 posições, agora passível de ser facilmente feita em andamento, com apenas uma mão.
Menos impactante será a maior proteção providenciada pelo novo guarda-lamas dianteiro que, com mais 150mm de comprimento na zona posterior, garante menos projeções de águas e sujidades para o motor e para os pés do condutor, fator não menos importante quando se pretende chegar à recepção de um hotel de luxo com uma aparência digna.
De todas estas modificações que a Honda fez à nova NT1100, talvez a mais notória seja o funcionamento do DCT. Ao aumentar a pressão de óleo no cilindro hidráulico da embraiagem, a Honda conseguiu reduzir o tempo de mudança de relação de caixa em cerca de 45%, tornando a condução ainda mais excitante.
Ao mesmo tempo, o arranque e as manobras também beneficiam de uma resposta mais suave do acelerador, enquanto que, como já mencionei, a IMU inibe as passagens de caixa em curva, contribuindo para uma maior sensação de segurança. O aumento de binário nos regimes mais baixos também se reflete no DCT, pois promove uma menor necessidade de trocar de mudança.
A nova suspensão eletrónica contribui para um maior conforto, com menos afundamento da frente sob travagem e da traseira em aceleração, contribuindo para uma maior estabilidade, sobretudo em andamentos mais rápidos, e para um maior conforto e conveniência na hora de embarcar passageiro e carga. Tal como na versão anterior a travagem não merece qualquer reparo, sendo potente na mordida e muito doseável na manete e no pedal.
Em termos de consumos de combustível, durante os 193 quilómetros que a rota desta apresentação me proporcionou, que foi tudo menos em ritmo de passeio, com muita estrada de montanha, muita curva e sessões de fotos, com muitos arranques e paragens, o computador de bordo registou um consumo de 5,7 litros, perfeitamente dentro do esperado, senão até espantoso.
Para os que estiverem na dúvida se a diferença desta nova versão justifica a troca do modelo anterior, eu diria que “nim”. Indiscutivelmente mais atraente e eficaz para os motociclistas que gostam de acelerar, o maior defeito da versão anterior não foi solucionado.
No punho esquerdo continua a existir aquele descomunal conjunto de comandos, pouco ergonómico e de lógica complicada, difícil de memorizar e que por isso mesmo resulta pouco prático, tanto mais que continua sem retroiluminação dos botões, que seria bem.vinda em situações de condução noturna ou com chuva.
Foi uma pena a Honda não ter aproveitado a oportunidade de instalar na NT o sistema que recentemente estreou nas Forza e X-ADV e que também está instalado na CB1000 Hornet, muito mais ergonómico, lógico, discreto e iluminado.
Mas, por outro lado, quem estiver em busca de uma nova moto pronta para partir de viagem, sem qualquer limitação (desde que haja uma estrada que não necessita necessariamente de ser asfaltada), fácil de manobrar mesmo carregada e capaz de proporcionar um grande prazer de condução, encontra na nova NT1100 uma excelente solução, mais ainda se pretender levar passageiro.
O amplo espaço para ocupantes e bagagem, o nível de acessorização, o conforto proporcionado pelo conjunto, seja pela aerodinâmica mais eficaz ou pela suspensão mais cómoda e de regulação mais prática, tendo em conta o preço de apenas 16.700€, tornam esta moto bastante apetecível.
Os puristas e aqueles masoquistas que gostam das motos à antiga podem, no entanto, escolher a versão de transmissão clássica, com manete de embraiagem e caixa de velocidades convencional e que tampouco está equipada com a “modernice” da suspensão eletrónica, beneficiando ainda de um preço mais interessante de 15.000 euros.
A Honda disponibiliza ainda e dois “Packs” de acessórios URBAN e VOYAGE para simplificar a personalização da NT1100 ao gosto de cada utilizador.
Neste teste usámos o seguinte equipamento de protecção e segurança:
Capacete HJC I91
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Honda NT1100 MT 2025 | Moto | Touring & Sport Touringandardemoto.pt @ 14-1-2025 15:04:31 - Texto: Rogério Carmo
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