Contacto Triumph Speed Twin 900 - Esbanjar estilo

A Triumph renovou  uma das suas best-sellers para 2025. Tal como alguém que compra um fato de treino e uns ténis de corrida para começar a fazer exercício, assim aconteceu com a Speed Twin 900. Melhores componentes ciclísticos, electrónica aprimorada e um look ainda mais cool prometem fazer rejuvenescer um ícone. 

andardemoto.pt @ 19-1-2025 16:58:00 - Texto: Pedro Alpiarça

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Triumph Speed Twin 900 2025 | Moto | Classics

A Triumph sempre nutriu um carinho muito especial por este modelo. E o que começou por ser uma Bonneville mais artilhada atingiu uma considerável legião de fãs, que gostavam de explorar a desportividade deste bloco motriz sem terem de fazer grandes concessões a nível de conforto, acessibilidade e sobretudo, de aparência descomprometida.

A decisão de enaltecer o lado mais atrevido da Speed Twin surge na sequência de uma melhor definição do seu enquadramento na gama de neo clássicas da marca britânica, em que o aparecimento da desafiante 1200 (também renovada para 2025) lhe deu ainda mais contexto.

E se o estilo intemporal nos remete para as imagens hollywoodescas de galãs do grande ecrã (vendendo um espírito revivalista que vende muito nos dias que correm), a sua dinâmica na estrada favorece uma plataforma sólida de utilizadores, do mais experiente ao mais imberbe. 


Esta atenção dedicada ao aumento do leque de potenciais clientes, é demonstrada pelos três tipos de decorações de depósito disponíveis. O branco com riscas azul e laranja pisca o olho ao surfista hipster que vive na urbe, o cinzento prateado com o logótipo emoldurado a vermelho irá agradar a um gosto mais refinado, e a decoração preta com apontamentos cinzentos e dourados, enfim, nunca desilude.

A qualidade dos acabamentos continua a honrar o compromisso da Triumph em manter os seus produtos com elevados padrões da mesma. Pormenores como o discreto farolim traseiro (deixou de estar destacado no pára-lamas, tipo cogumelo) os poisa pés desportivos (devidamente elevados para proporcionarem ângulos de inclinação decentes), as ponteiras de escape mais curtas (com o catalisador “escondido”, desenhando uma bonita linha com os colectores), a cablagem escondida enaltecendo o “coração” motriz e até o depósito de combustível bastante mais esculpido, formam um conjunto onde a vista repousa confortavelmente.


Com um pouco mais de atenção repara-se nas novas suspensões (Marzocchi nos dois eixos, agora com forquilha invertida e reservatórios independentes no par traseiro, apenas com regulação de pré-carga) e no novo disco de travão dianteiro de maiores dimensões ( agora com 320 mm) montado na clássica jante de 18”.

Não há como esconder. A velhota anda a frequentar o ginásio…

O dia começava com a promessa de estradas de asfalto frio e escorregadio, com algumas passagens em altitude por alguns miradouros na zona serrana perto de Ronda. A Speed Twin mantém a acessibilidade simpática que sempre a caracterizou, e assim que nos sentamos aos seus comandos sentimo-nos confiantes e pouco intimidados com a máquina. 


Há um conforto inerente a esta posição de condução, ligeiramente inclinados sobre o guiador curto, sentados num típico assento corrido (agora ligeiramente mais estreito, para facilitar o acesso ao solo), e embalados pelo fantástico ronronar do motor (parabéns Triumph, não deixando o Euro 5+ “matar” a experiência sonora de um clássico bicilíndrico) começávamos a nossa jornada.

Nos primeiros quilómetros de registo citadino, todos os comandos revelavam a sua facilidade de funcionamento, uma embraiagem suave, uma caixa de velocidades precisa e a sensação de moto compacta e “baixinha” que tanto favorece a sensação de agilidade. Será este o habitat natural da Speed Twin, e ela corresponde com graciosidade e elegância à sua passagem na selva urbana. O mostrador híbrido que combina um TFT e um LCD (semelhante ao da Trident) tem a capacidade de navegação simplificada (emparelhado com o telefone, também consegue atender chamadas e escolher música, entrando ao serviço uma prática tomada USB-C) factor muito útil neste novo mundo onde não vivemos sem guia digitais.

E por esta altura as casas começavam a desaparecer e a estrada abria, permitindo abrir o acelerador com mais atitude, explorando assim uma das peças mais importantes desta máquina, o seu motor (um bicilíndrico paralelo com cambota desfasada a 270º com 900 cc, debitando 65 cv às 7500 rpm e 80 Nm às 3800 rpm). O impulso sentido é quase imediato, e rapidamente se tornou viciante…


Estes valores de binário a surgirem tão cedo no conta rotações, transformam a experiência de condução. Sentimos um permanente efeito de fisga, que nos faz ter vontade de passarmos de caixa uma e outra vez, numa repetição quase infantil e que nos provoca largos sorrisos. Este motor tem muito mais carácter do que potência, e a dinâmica de condução que patrocina faz-nos pensar o quanto gostamos de um bom bicilíndrico, cheio de atitude e personalidade. Absolutamente intemporal.

E se nas primeiras primeiras grandes rectas procurámos a 6a velocidade de modo infrutífero, no final do dia já estávamos perfeitamente adaptados àquele registo de bonomia rolante, sem existir necessidade de grandes exageros rotativos para ganharmos velocidade.

Nota-se de sobremaneira o funcionamento mais refinado das novas unidades de suspensão, privilegiando um comportamento estável (o novo braço oscilante em alumínio também entra nesta equação)  na maioria das situações. Provavelmente os condutores mais avantajados terão de acrescentar um pouco de pré carga nas molas traseiras, moderando assim as pequenas oscilações no seu movimento inicial. 

De resto a Speed Twin assume gostar de ser desafiada, revelando ser ágil nas transferências de massa mais forçadas, assim como bastante plantada nas curvas de maior apoio. Neste registo mais desportivo (patrocinado pelo fantástico carácter do motor), começámos por achar que a resposta do punho direito e da manete de travão deveriam ser mais comunicativas. 

No calor do momento, gostaríamos que o ride by wire (com dois mapas de condução, Rain e Road) fosse mais assertivo, e que o toque inicial da mordedura no disco fosse mais contundente. A presença de um pacote de ajudas electrónicas geridas por uma IMU acaba por ser algo exagerada, mas acreditamos que poderá ser uma mais-valia no acto da compra (sendo que existe uma versão pronta para carta A2). Mas quanto mais tempo passava, e a relação se estreitava, a nossa postura foi mudando. 

No final do dia, a Speed Twin explicou-nos que não era preciso puxar pela mecânica para sermos felizes, apenas bastava confiarmos na sua experiência e entregarmo-nos ao seu ritmo. Mudámos de Led Zepellin para Doors e continuamos a ser igualmente rápidos. Esta qualidade fantástica de nos poder mostrar como gosta de ser pilotada, não está ao alcance de muitas motos, e deu-nos vontade de fazer uma N2 na companhia de bons amigos, só para criar histórias para mais tarde recordar (No catálogo de acessórios - mais de 120! - podemos inclusive contar com um Cruise-control). 

Não era suposto divertimo-nos tanto com uma moto que "aparentemente" tem uma arquitectura tão clássica. Se quisermos podemos perder-nos nas analogias sobre a beleza das coisas simples, mas acreditamos que estamos na presença de algo mais do que isso.

Este refinamento desportivo da nova Speed Twin 900 (desde 9.995€) casa na perfeição com uma moto que não quer ser complicada de conduzir, mas que faz questão de fazer tudo bem. A Triumph conseguiu refinar a sua neo-clássica desportiva que mais vende, e por este caminho, a continuidade do sucesso é mais do que garantido …

Neste teste utilizámos o seguinte equipamento de proteção:

Capacete: Nexx G.100R Gallon

Blusão:     Macna Oryon

Calças:     REV'IT! Jeans Lombard 3 RF

Botas:       REV'IT! Arrow H20

Luvas:      REV'IT! Volcano

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Triumph Speed Twin 900 2025 | Moto | Classics

andardemoto.pt @ 19-1-2025 16:58:00 - Texto: Pedro Alpiarça


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