47º Rali Dakar 2025 - Antes da partida

Está tudo a postos para mais uma edição do Rali mais duro do mundo. Será a sexta vez consecutiva que se realiza nas arábias, mais precisamente na Arábia Saudita.

andardemoto.pt @ 1-1-2025 11:19:00

Nesta edição de 2024, que se vai realizar de 3 a 17 de janeiro, o formato do Dakar não difere muito dos anos anteriores, mas há novidades.

Novamente de visita ao gigante país situado na Península Arábica, cerca de 23 vezes maior que Portugal, a Arábia Saudita tem uma paisagem maioritariamente desértica que reúne todos os requisitos para a realização de uma prova que se adivinha muito exigente para máquinas, equipas e pilotos.

Mas ASO (Amaury Sport Organization) continua, a cada ano que passa, a reinventar a prova, tentando não se afastar demasiado do ideal do francês Thierry Sabine, que idealizou a prova quando em 1977, perdido em pleno deserto africano, nele quase perdeu a vida.

Alguns destaques

Naturalmente que o Dakar actual não tem o espírito de aventura e pioneirismo da época, nem os riscos associados, mas continua a ser o supremo desafio e participar, seja em que categoria ou classe for, é uma prova de superação, em que muitos continuam a ficar pelo caminho e até a pagar com a vida a afronta de enfrentar o Rali.

A aventura, que levou muitos meses a preparar, começa no dia 3, com a subida ao palanque e partida para um prólogo a começar e terminar em Bisha, com uma extensão de 79 km, dos quais 29 são da Especial. Aliás, esta região vai ser o palco das primeiras etapas, em percursos circulares, com um bivouac XXL, o que em termos de custos e de espetáculo faz todo o sentido.


Até à derradeira etapa, dia 17, com uma distância de 205 km e uma Especial de 134 km, integralmente realizada na região de Shubaytah, muita coisa pode acontecer. Há que gerir o desgaste das mecânicas, preservar as forças e frieza mental e estar atento a todas as ratoeiras do deserto, nomeadamente na região do Empty Quarter que costuma ser demolidor.

A estratégia definida por cada piloto e respetivas equipas é fundamental, tal como a capacidade de navegar e, se for caso disso, trabalhar em equipa. Naturalmente que a entreajuda não pode ser esquecida e dá uma dimensão mais humanista à prova, sendo que a organização não penaliza, por exemplo, quem parar a sua moto para ajudar outro piloto em dificuldades.

O Dakar é sempre uma caixinha de surpresas, até para os pilotos e equipas de topo, que nunca sabem bem o que vão encontrar ou as dificuldades que os esperam. Aliás, a imprevisibilidade é uma das notas dominantes desta competição e tudo pode acontecer ao longo destes desgastantes e exigentes 15 dias.

A Armada Lusa

No total, à partida vão estar 353 concorrentes, sendo a categoria das motos, com 136 motociclistas, aquela que reúne maior número de participantes, incluindo como habitualmente vários portugueses, todos eles já com experiência anterior na prova, embora este ano até sejam somente quatro, algo que não acontecia desde 2018:


O Luso-Alemão Sebastian Buhler (14), que volta a representar as cores da Hero Motorsports Team Rally. Conhece muito bem a prova, sendo que a sua primeira participação foi em 2019;Rui Gonçalves (19), também muito popular, volta a correr na equipa Sherco TVS Rally Factory e a mostrar os seus dotes de piloto de topo, apesar da desistência na edição de 2024;O oficial da GNR e conhecido piloto António Maio (30) que, como habitualmente, vai realizar a prova integrado na equipa Franco Sport Yamaha é outro dos pilotos lusos na prova;

Por último, temos Bruno Santos (35), que vai fazer a sua segunda participação. Tal como na edição anterior vai voltar a correr na equipa Motorcycles Portugal Husqvarna.

Estes quatro serão os pilotos lusos em duas rodas e os que vão ter maior relevo no seu Andar de Moto, mas no total vão ser mais 13 equipas envolvendo portugueses.

São 10 pilotos lusos na prova da ASO e 12 navegadores, um na classe Ultimate, seis na Challenger T3, cinco em SSV T4 e, para terminar, Paulo Fiúza que corre nos Camiões como copiloto e já tem 19 participações na prova. É o mais Dakariano de todos os portugueses.

Eis a lista completa (número, nomes, equipa e categoria/classe), com destaque para Maria Luís Gameiro, única mulher na armada lusa:

240- João Ferreira-Filipe Palmeiro (X-Raid, Mini JCW Rally Plus), nos Ultimate T1+
307- Mário Franco-Rui Franco (Franco Sport) Challenger T3)
318- Pedro Gonçalves-Hugo Magalhães (Challenger T3)
320- Luis Portela Morais-David Megre (Challenger T3)
321- Rui Carneiro-Ola Floene (Nor) (Challenger T3)
322- Ricardo Porém-Nuno Sousa (Challenger T3)
340- Maria Luis Gameiro-José Marques (Challenger T3)
406- Enrico Gaspari (Ita)-Fausto Mota (SSV T4)
412- Alexandre Pinto-Bernardo Oliveira (SSV T4)
418- João Monteiro-Nuno Morais (SSV T4)
424- João Dias-João Miranda (Santag Racing, SSV T4)
426- Carlos Vento (Esp)-Jorge Brandão (SSV T4)
605 – Vaidotas Zala, Max Van Grol, Paulo Fiúza (Camiões, T5)


Glória aos vencedores, honra aos vencidos

A conhecida expressão, que já era usada na Roma Antiga, vai ter também aplicação aqui. É sabido que nem todos vão chegar a dia 17 ainda em prova. Aliás, é comum alguns ficarem-se logo pelas primeiras etapas e chegar ao final já é uma vitória, mas pode não ser suficiente, sobretudo para os que lutam pelos lugares cimeiros no pódio.

Focando-nos em particular nas motos, existem duas categorias: a Rally GP e a Rally2. Na primeira categoria temos os pilotos e equipas oficiais e é daqui que deve sair o vencedor “à geral”, mas dentro das categorias há várias classes: Legends, que são pilotos com pelo menos 10 participações na prova, Rookies para os estreantes e Originals by Motul para os pilotos que correm sem praticamente ter assistência.

Depois existem ainda subclasses específicas para as Senhoras ou os Veteranos, mas há um objetivo comum a todos: desfrutar ao máximo destes dias únicos.

O foco da vitória nas duas rodas estará provavelmente posto nas equipas KTM e Honda. A armada KTM é a equipa que mais vezes ganhou a prova, com 20 vitórias, mas a Honda, com 8 vitórias, tudo fará para reduzir a distância e revalidar o cetro que ganhou em 2024 com Ricky Brabec.

Outras marcas mais diretamente envolvidas como a Hero, a Yamaha, a Sherco, a Husqvarna ou até a cada vez mais conhecida Kove vão dar o seu melhor, mas enfrentam uma batalha do tipo David contra Golias! Os dados estão lançados! Acompanhe o Andar de Moto para, diariamente,  não perder nada do maior Rali do Mundo!


andardemoto.pt @ 1-1-2025 11:19:00


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