47º Rali Dakar 2025, Etapa 1: Bisha - Bisha

No dia de ontem foram apenas 79 km, dos quais 29 foram do Setor Seletivo, mas a etapa de hoje foi demolidora, a reforçar que esta edição vai ser particularmente dura e exigente e nem todos vão certamente chegar a Shubaytah, no dia 17, para a coroação.

Assim, o dia de hoje teve praticamente todos os ingredientes que fazem deste rali uma prova única, nomeadamente em termos de piso: muita areia, pó que limita a visibilidade, pedra que massacra o corpo e máquinas e até muita navegação, sendo que qualquer erro nesse quesito pode significar a perda de minutos preciosos.

Como já era de prever, o vencedor do prólogo, o australiano Daniel Sanders (4) optou por não sair logo nos primeiros lugares, como forma de evitar ter de ser ele a abrir a pista. Está a revelar-se uma verdadeira raposa do deserto, sendo que, até à data, ainda nunca ganhou nenhum Rali Dakar. Aliás, em 2024 ficou em 8.º lugar à geral, foi 7.º em 2023, tal como em 2022 e no ano de estreia, 2021, ficou em 4.º lugar, com o título de melhor piloto estreante (best rookie).

Os melhores do dia
Daniel Sanders (4), que tem exatamente 30 anos, fez uma prova inteligente nos 500 km da etapa, dos quais 412 km foram de Especial. O piloto da Red Bull KTM Factory Racing voltou a sair vitorioso e aumentou ainda mais a sua liderança. Tem agora um total de 4 horas, 41 minutos e 27 segundos gastos.

Atrás de si tem agora o rapidíssimo piloto norte-americano Ricky Brabec (9) da Monster Energy Honda HRC, ele que teve a sua primeira participação em 2016 e já venceu a prova em 2020 e 2024. Está agora com um tempo de 4 horas, 43 minutos e 31 segundos, ou seja, a 2 minutos e 4 segundos da liderança.

Ross Branch (1) ocupa agora a terceira posição na geral com um tempo de 4 horas, 43 minutos e 53 segundos, menos 2 minutos e 26 segundos que o líder. O piloto da Hero Motorsport Team Rally continua em bom plano e tudo fará para continuar a ocupar os lugares cimeiros. Teve a sua primeira participação em 2019 e na prova de 2024 terminou em 2.º lugar.

Quanto à surpresa do prólogo, o jovem espanhol Edgar Canet (73) de apenas 19 anos, não teve uma etapa tão positiva, reforçando o facto de o Dakar ser uma prova particularmente exigente e em que a experiência acumulada pode fazer toda a diferença. Ocupa agora a 15.ª posição com um tempo de 5 horas, 13 minutos e 33 segundos, a 32 minutos e 12 segundos do líder.

Desempenho dos corredores lusos

Esta primeira etapa do Dakar começou já a reclamar as suas vítimas. Já se sabia que muitos iriam ficar pelo caminho, mas a má sorte hoje acabou por bater à porta do luso-alemão Sebastian Bühler (14), que corre pela a Hero MotoSports Team Rally. O piloto sofreu uma queda à passagem no quilómetro 68, teve de ser transportado pela equipa médica e foi forçado a abandonar por causa de uma fratura na clavícula. Sorte similar à que teve em 2024, em que se viu obrigado a sair na terceira etapa.

O melhor português em prova é agora Rui Gonçalves (19) que ocupa a 16ª posição. Com este resultado, o piloto da Sherco Rally Factory tem agora um tempo de 5 horas, 14 minutos e 51 segundos e está a 33 minutos e 24 segundos da liderança. Ele que no final da etapa afirmou:

"Foi um dia longo hoje com mais de 400 km, terreno misto e, em alguns locais, muito poeirento. Cometi alguns erros que me custaram tempo, mas o meu sentimento com a moto é bom, finalizando em 16º. É tempo de olhar para os pontos positivos e descansar para a etapa de 48H amanhã".

O segundo melhor português em prova foi António Maio (30), que ocupa a 34ª posição. O piloto da Yamaha teve a sua moto presa num monte de pedras e só com a ajuda preciosa de Daniel Nosiglia conseguiu continuar a etapa. Tem um tempo de 5 horas, 31 minutos e 8 segundos, estando agora a 49 minutos e 41 segundos do líder.

Por último, Bruno Santos (35) piloto da Husqvarna, também teve uma prestação positiva na etapa, mas um erro de navegação saiu-lhe caro. Ocupa agora a 36ª posição da geral, com um tempo de 5 horas, 31 minutos e 59 segundos, estando agora a 50 minutos e 32 segundos do líder. Tal como referiu Rui Gonçalves no final da etapa de hoje, a segunda etapa é a Etapa Maratona. Vão ser 48 horas de competição em que os pilotos ficam praticamente entregues à sua sorte, tal como já tinha acontecido no ano passado. Tudo pode acontecer! Continue a acompanhar-nos neste duro e exigente Rali Dakar! Consulte também: 47º Rali Dakar 2025: Prólogo Bisha - Bisha