47º Rali Dakar 2025, Etapa Maratona: dia 1

Hoje, dia 05/01/2025, os pilotos foram obrigados a parar no primeiro dos seis acampamentos que encontrarem após as 17 horas locais (menos 3 horas em Portugal Continental), onde lhes foi disponibilizado acesso a mantimentos de forma limitada. Vão dormir em tendas, não existe assistência técnica e têm pouca informação sobre o resultado dos restantes concorrentes.

Quando, na edição de 2024, a ASO (Amaury Sport Organisation) criou a Etapa Maratona o objetivo era o mesmo do desta edição: trazer mais dificuldades e espetacularidade à prova, colocando todos em pé de igualdade numa etapa que é particularmente exigente e em que a falta de informação acaba por ser um obstáculo adicional.

Segundo reza a história, misturada com lenda, a Maratona, como prova desportiva, surgiu em memória de um evento relacionado com uma guerra (mesmo 2500 anos depois continuamos a ter um figurino com muitas semelhanças). Um corredor grego, de nome Fidípides, sacrificou sua vida para percorrer os 40km entre as cidades de Marathon e Atenas (Grécia). O objetivo era levar a notícia da vitória grega sobre os persas no ano 490 antes de Cristo.

Foi em memória deste gesto de nobreza e exigência extrema que nasceu a Maratona e o termo serve para designar qualquer prova desportiva em que o grau de esforço e dedicação é muito elevado.

A Organização não espera que nenhum dos atletas chegue ao extremo de Fidípides, mas a Etapa Maratona é isso mesmo. Uma prova de resistência e resiliência em que todos os pilotos, além dos mais diversos obstáculos, vão ter de correr também contra o cronómetro.

Até o jantar de hoje é minimalista e o céu estrelado vai ser a companhia de todos durante a noite, independentemente do acampamento onde estiverem.

Como será a partir de amanhã?

Para todos os pilotos e equipas ainda em prova, esta será uma noite de insónia. Não sabem em que lugar estão, nem qual a performance dos seus adversários. Além disso, ao não haver assistência técnica, também desconhecem o real estado das suas máquinas e mesmo o facto de não terem algumas comodidades aumenta o grau de exigência.

Amanhã de manhã, à hora prevista, vão sair do acampamento onde estiverem e rumarem novamente a Bisha para finalizar os 1.057 km, dos quais 967 km são de Especial. Só quando chegarem ao bivouac é que vão ter o conhecimento sobre o dia de hoje, bem como do seu desempenho e dos restantes pilotos ao longo dos dois dias e, assim, conhecer a classificação geral, incluindo eventuais novas desistências.

Esta forma de tornar mais desafiante a prova é também parte de uma estratégia para nivelar as diferenças entre as várias equipas e pilotos já que todos acabam por estar em pé de igualdade e ao desconhecerem o que fazem os outros competidores, sabem que só podem contar consigo mesmos.

Depois, na terça-feira, segue-se a etapa 3 que liga Bisha a Al Henakiyah, que promete ser novamente uma etapa muito dura, nomeadamente por causa da sua longa extensão: um total de 845 km, dos quais 496 km vão ser de Especial.

Como é de prever, sobre o dia de hoje não existem muitos detalhes, pelo que só nos resta esperar que a jornada tenha sido positiva para todos, em especial para as equipas portuguesas, seja na categoria das motos ou em qualquer uma outra. E, já agora, que não tenha havido mais desistências nas equipas lusas.

Afinal de contas, a desistência prematura do luso-alemão alemão Sebastian Bühler (14), logo na primeira etapa, acabou por ser um rude golpe para as aspirações nacionais.

Resta uma certeza: com o primeiro dia da Etapa Maratona a 47.ª edição do Rali Dakar está verdadeiramente ao rubro e amanhã, quando forem divulgados os resultados, é quase garantido que vão existir surpresas na classificação geral! Continuem a acompanhar-nos nesta magnífica prova que só vai terminar no dia 17, em Shubaytah. 

Consulte também: 47º Rali Dakar 2025, Etapa 1: Bisha - Bisha