47º Rali Dakar 2025, Etapa Maratona: dia 2

Os pilotos mais rápidos conseguiram o feito de terminar a 1.ª parte desta etapa e pernoitar logo no Acampamento E (o penúltimo dos seis possíveis). Desta forma, ficaram apenas cerca de 330 km de especial para cumprir, o que era meio caminho para chegar ao final desta etapa bem classificado.

Daniel Sanders (4), piloto australiano da Red Bull KTM Factory Racing, conseguiu um excelente resultado nesta segunda etapa e, mesmo sem correr demasiados riscos, arrancou hoje da sétima posição e foi subindo lugares que lhe permitiram cimentar a sua liderança e reforçar o seu estatuto de forte candidato à vitória. Mas ainda falta muito para a meta e o Dakar é muito traiçoeiro!

Na prática, Sanders parte amanhã para a terceira etapa com um tempo de 11 horas, 12 minutos e 13 segundos. Esta etapa liga Bisha a Al Henakiyah e será muito dura e exigente, com uma longa extensão: 845 km, dos quais 496 km vão ser de Especial.

Quem ocupa agora a segunda posição é o norte-americano Skyler Howes (10) da Monster Energy Honda HRC que teve na Etapa Maratona um excelente desempenho. O carismático piloto, com o seu peculiar bigode, está agora atrás do australiano, com mais 7 minutos e 33 segundos.

O lugar mais baixo do pódio provisório é ocupado pelo campeão do mundo de Campeonato Mundial de Rally-Raid da FIM (daí o número 1 na sua moto) Ross Branch. O piloto da Hero Motorsports Team Rally, que corre pelo Botswana, está apenas a 4 segundos de Howes.

Mais um dia positivos para os pilotos nacionais

Só o facto de os três pilotos portugueses ainda continuarem em prova já é motivo de satisfação e esta etapa de 48 horas acabou por ser positiva, mas não isenta de dificuldades. Que o diga Bruno Santos (35) que, fruto de um problema mecânico na sua Husqvarna, acabou por perder muito tempo, mas não o ânimo, ao afirmar:

"Foi uma etapa muito dura. Ontem comecei muito bem e até ao km 200 sei que fui ganhando várias posições. Depois acabei por perder algum tempo ao longo de 200 km, com dunas de todo o tipo: grandes, pequenas, algumas muito macias onde atascamos com facilidade, despendi de muita energia naquela zona e tive de terminar aquela secção em modo sobrevivência.Depois pude rolar outros 200 km com muita pedra até ao final e ficar a descansar no bivouac do km 599 após um longo dia.
Consegui descansar bem de noite, o que foi muito importante. Hoje saí bem para a etapa, mas tive um problema mecânico. Tive de parar, desmontar a moto, pensámos que houvesse um problema no depósito traseiro de gasolina, o que me obrigou a desmontar filtros pelo caminho. O dia de hoje foi de muitas peripécias. De qualquer modo, desde que cheguei, já recuperei alguma energia e estou pronto para o dia de amanhã".

Passada a Etapa Maratona o melhor português continua a ser Rui Gonçalves (19), em Sherco, que ocupa a vigésima terceira posição, com um tempo adicional, face a Sanders, de 1 hora, 29 minutos e 34 segundos.

Quanto ao piloto Yamaha António Maio (30), ele também teve uma jornada nada fácil, mais ainda porque a sua moto teve uma fuga de água e não pòde arriscar. É agora trigésimo primeiro classificado, estando com uma distância temporal de duas horas, dois minutos e 44 segundos do líder.

Por fim, Bruno Santos (35) está na trigésima sexta posição, sendo que as duas horas, 29 minutos e 24 segundos são reveladoras da diferença que existe para os pilotos da frente, mas há muito Dakar pela frente e oportunidades de subir na classificação.

Tudo somado, a Etapa Maratona foi realmente extrema e não apenas para as motos. Basta ver que o espanhol Carlos Sainz (225), em Ford, e vencedor da edição de 2024 nos automóveis, se viu forçado a abandonar, depois de sucessivos e aparatosos acidentes.
Ainda uma nota de destaque para duas equipas lusas que estão particularmente bem posicionadas: a dupla Gonçalo Guerreiro e Cadu Sachs (319) são segundos classificados da classe Challenger de veículos ligeiros e Alexandre Pinto e Bernardo Oliveira (412) que ocupam o terceiro lugar da classificação dos SSV.

Amanhã, a terceira etapa do Dakar 2025 vai contar com uma longa Especial de 327km cronometrados entre Bisha e Al Henakiyah. A especial era inicialmente composta por 496km cronometrados, mas devido às intempéries que têm assolado a região, a organização optou por encurtar o troço.

Continue connosco e não perca pitada deste emocionante e particularmente exigente Rali Dakar.

Consulte também: 47º Rali Dakar 2025, Etapa Maratona: dia 1