Teste BMW R12 nineT - Noblesse oblige

A R nineT evoluiu e não deixou o seu crédito por mãos alheias. Apresentada em 2023 na celebração do 100º aniversário da BMW e do 10º aniversário da R nineT, a nova R12 nineT continua a definir-se como, e a provar que é, uma potente roadster clássica que oferece quase ilimitadas possibilidades de customização, a par com um elevado prazer de condução.

andardemoto.pt @ 4-7-2024 10:59:40 - Texto: Rogério Carmo | Fotos: Luis Duarte

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BMW R 12 NINE T | Moto | Roadster

Ao contrário da versão base da R12, que se apresenta como uma cruiser descontraída que promete inúmeras possibilidades de customização, a R12 nineT é, já de si, uma moto exclusiva, capaz de gerar paixões, mesmo a quem apenas para ela olha. Já para quem nela se senta e faz à estrada, será difícil esquecer a experiência. 

O novo quadro, que permitiu aos designers conceber uma linguagem estética ainda mais pura e intemporal de inspiração cafe racer, suporta o emblemático motor de dois cilindros opostos (boxer) com quatro válvulas dispostas radialmente, que remonta à HP2 Sport de 2007 (por sua vez derivado do da R1200S) e cuja sonoridade e entrega de potência se tornaram num ícone do prazer de condução.

Apesar de na HP2 Sport este motor poder debitar quase 130cv, na R12 nineT a BMW reduziu a potência para, uns ainda assim muito aceitáveis, 109cv às 7,000 rpm, mantendo o binário máximo de 115 Nm às 6,500 rpm.


Com uma entrega de potência muito linear, uma resposta imediata e limpa e uma sonoridade viciante, este motor é apenas um dos fatores que contribui para um elevado prazer de condução da R12 nineT.

A caixa de velocidades bem escalonada e de accionamento preciso, equipada com quickshifter, a direção bastante precisa, a travagem potente e muito doseável, a suspensão firme mas tolerante com o esqueleto e uma posição de condução confortável mas suficientemente desportiva, fazem da R12 nineT uma daquelas motos em que é difícil pôr defeitos.


Além da estética cuidada e da excelente qualidade de construção, tanto se adapta a uma condução tranquila, para desfrutar da paisagem, como a uma condução desportiva, para libertar o stress numa boa estrada de curvas, ou até simplesmente a deixar apreciar o seu estilo retro/industrial de linhas voluptuosas, numa qualquer esplanada à beira mar!Não é, isso sim, uma moto para qualquer um. 
A sua exclusividade provém sobretudo da sua linhagem, das memórias que suscita, da qualidade dos seus acabamentos, da simplicidade das suas linhas e do impacto visual causado pelas salientes cabeças do motor boxer.


Não sendo a mais leve ou ágil, nem a mais potente ou radical, será sobretudo a protagonista de uma bela relação, podendo ser dócil, mas com caráter, fiável mas também excitante, conservadora e ao mesmo tempo moderna, corpulenta, mas sem gorduras, enfim, uma senhora na cidade e uma amante nas curvas, que faz virar cabeças em qualquer evento e nos faz sentir cheios de orgulho e ternura quando para ela olhamos no seu repouso.

Tudo isto, na prática, se traduz em acelerações bastante dignas, num comportamento em curva muito saudável e previsível, numa travagem inspiradora de confiança e num mínimo esforço de condução, aspetos fundamentais para proporcionar muito prazer seja em andamentos rápidos ou em ritmos de passeio, sempre a solo, graças ao assento monologar que para tal garante uma excelente desculpa.


O novo quadro tubular difere do da versão anterior que era composto por duas peças, uma frontal e outra traseira, minimizando assim os pontos de apoio e fixação, reduzindo o peso total e proporcionando um aspeto mais limpo. Um pequeno subquadro traseiro é agora fixado no quadro principal.

Um depósito de combustível mais curto e estreito proporciona que a posição de condução incida mais sobre o eixo dianteiro e oferece um melhor apoio para os joelhos.

A suspensão dianteira conta com uma forquilha invertida completamente ajustável, enquanto na traseira, o está equipada com o mítico sistema paralever,, que engloba o monobraço oscilante suportado pelo amortecedor traseiro, agora colocado numa posição mais eficaz, e a transmissão por veio e cardã típica da marca.


Contrastando com o aspecto nostálgico do arquétipo cafe racer, um pacote tecnológico muito completo garante uma série de mordomias que, sobretudo para quem aprecia as coisas boas da vida, nunca são demais.

Esta versão que tive oportunidade de testar, vinha equipada com, ao invés de um duplo mostrador analógico instalado de série, um minimalista painel digital opcional, no qual os engenheiros bávaros ainda tiveram o cuidado de instalar um modo de apresentação simplificado, para que nada distraia o condutor das sensações dinâmicas que todo o conjunto proporciona. 


Com a ajuda do anel multicontrolador, colocado no punho esquerdo, pode-se navegar nos diversos parâmetros das ajudas eletrónicas e configurações do equipamento instalado.

Três modos de entrega de potência, selecionáveis em andamento de acordo com as condições de aderência ou estado de espírito,  ABS Pro, que garante assistência em curva e Controlo de Tração dinâmico, que reduz a entrega de potência e o efeito travão motor de acordo com a aderência disponibilizada pelo asfalto, são as principais ajudas eletrónicas à condução, mas ainda se pode contar com outros mimos como Cruise Control, assistente de travagem em subida, controlo da pressão dos pneus, punhos aquecidos e sistema “Keyless”. 

Claro que tudo isto empurra o preço final da R12 nineT para a casa dos 20.000 euros, mas também contribui para melhorar substancialmente a experiência de condução, seja pela confiança que estes sistemas proporcionam, seja pelo aumento do conforto a bordo. Quem quiser, pode ainda instalar muitos dos acessórios da gama Option 719, para conseguir, além de uma fatura mais substancial, um aspeto mais exclusivo. Mas a R12 nineT apenas necessita de ser conduzida, levada por montanhas e vales, fluindo de curva em curva, em busca de nada que não seja saborear o vento no peito, o embalar da estrada e a beleza do cenário. Nada mais para quem vai a desfrutar do seu requinte estético, da sua extremada solidez ciclística e do charme do seu icónico motor. Outras haverá seguramente, mais excitantes, mais ágeis, mais rápidas até. Mas tão apaixonantes… é difícil.


Equipamento:

Neste teste usámos o seguinte equipamento de proteção e segurança:


Capacete Nolan N87

Blusão RSW Mac

Jeans RSW Peter

Luvas RSW MSSL – 011

Botas TCX Blend 2 Waterproof


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BMW R 12 NINE T | Moto | Roadster

andardemoto.pt @ 4-7-2024 10:59:40 - Texto: Rogério Carmo | Fotos: Luis Duarte


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