Teste BMW R12GS - Charme Retro
Na renovação da sua gama Heritage, a BMW Motorrad lançou a nova R12 G/S, uma reinterpretação aprimorada da sua Gelände/Strasse original produzida entre 1980 e 1987
andardemoto.pt @ 29-7-2025 12:18:24 - Texto: Rogério Carmo | Fotos: Luis Duarte
A R12 G/S é a mais recente integrante da nova gama R12, lançada em 2024 para substituir a R nineT, que estava em produção desde 2014. Todos os modelos partilham o mesmo motor e quadro, mas a G/S distingue-se pela sua preparação para off-road, adoptando uma suspensão de longo curso, totalmente ajustável, e uma roda dianteira de 21 polegadas.
Na prática revela-se uma máquina extremamente competente e divertida. De todos os modelos retro da gama R12, é o mais generosamente dimensionado, sendo o mais indicado para motociclistas de maior estatura.
Apesar da sua presença volumosa, distribui o peso de forma equilibrada, sendo ágil, fácil de conduzir e divertida tanto em estrada como fora dela, especialmente quando comparada com as maxitrails pesadas e de centro de gravidade mais elevado.
Nesta nova G/S não tentei especificamente determinar se é eficaz offroad, nem se o seu comportamento em curva é excelente, se a travagem é eficaz ou se a eletrónica é perfeita. Claro que são! O que fiz foi desfrutar dela. Infelizmente não por tanto tempo quanto gostaria, mas o suficiente para poder usufruir de todo o prazer que ela proporciona. Fosse a conduzi-la, em asfalto ou em pequenos percursos de terra, fosse a olhar para ela ou a escutar os piropos que lhe dirigiam outras pessoas que a contemplavam.
Equipada com aquele que é, para mim, o motor boxer mais carismático de sempre, o bicilíndrico DOHC de oito válvulas, refrigerado a ar e óleo, capaz de debitar 109cv (80kW) às 7000 rpm a partir dos seus quase 1200cc. Agora revisto para corresponder às exigências da normativa Euro5+, continua rápido na subida de rotação e suave mas decidido na resposta ao acelerador, com uma faixa de utilização alargada que permite, confortavelmente, enfrentar as estradas mais sinuosas com convicção mas sem grande trabalho de caixa de velocidades.
E continua a ser um dos motores que mais prazer de condução me proporciona. Não sei… talvez seja da idade, ou das saudades dos muitos quilómetros de estrada que com ele partilhei, mas as sensações são sempre fortes.E penso que a BMW também nutre por ele os mesmos sentimentos, ao mantê-lo em produção desde 2010, mesmo depois de já ter lançado no mercado 3 novas versões com refrigeração por líquido e maiores cilindradas.
A sua origem remonta à agora rara e extremamente colecionável BMW HP2 Sport (apenas foram produzidas 2200 unidades entre 2008 e 2012) que se destacou precisamente pela instalação da dupla árvore de cames à cabeça (DOHC) resultando num aumento significativo do seu potencial desportivo.
Apesar de incorporar ajudas electrónicas, um design cativante e acabamentos de pintura requintados, a nova R12 G/S transmite o carácter de uma verdadeira moto de aventura, com uma suspensão refinada e um excelente comportamento em estrada, mesmo com a roda dianteira de 21" e pneus de tacos. No entanto, com o assento firme e ausência de protecção contra o vento, não é o modelo ideal para longas tiradas, muito menos para auto-estradas.
É mais robusta, imponente e orientada para o fora de estrada do que a antiga representação da R80 G/S, a R nineT Urban G/S) que a seu tempo também tive oportunidade de testar. A posição de condução é elevada e dominante e, excepção feita aos dois grandes cilindros que sobressaem de cada lado, é uma moto estreita, fácil de manobrar e que deixa gerir o seu peso de forma exemplar.
Esta unidade de teste estava equipada com o Pack Enduro, que inclui uma jante de 18 polegadas na traseira que aumenta em 15mm a distância ao solo e a altura do assento. A posição de condução em pé é confortável e, para uma máquina de quase 1.200cc de cilindrada e 229kg de peso, a G/S revela-se surpreendentemente ágil e fácil de controlar em terrenos soltos. Basta apontar e ela obedece, revelando-se muito mais fácil de gerir do que uma aventureira de alta cilindrada como R1300GS.
A forquilha invertida de 45mm, juntamente com o braço oscilante Paralever e o mono-amortecedor traseiro, oferecem 210mm e 200mm de curso, respectivamente, e ambos os eixos são ajustáveis em pré-carga, compressão e expansão.
No total, a R 12 G/S, depois de instalado o Pack Enduro, apresenta uma altura do assento de 875 mm e uma distância ao solo próxima dos 255mm (sem carga).
Apesar da abordagem minimalista, a BMW conseguiu incluir alguns luxos, como seria de esperar, incluindo um farol LED com design em “X”, inspirado na R1300GS, punhos aquecidos, sistema Keyless, ABS Pro e três modos de condução: Rain, Road e Enduro, além do modo Enduro Pro instalado com o Pack Enduro.
Acrescem mais mordomias como o quickshifter, o controlo de arranque em subidas e o cruise control. Com um preço superior a 23.000 euros nesta configuração, a G/S não pode ser considerada uma pechincha, mas há prazeres que não têm preço!
Neste teste foram usados os seguintes equipamentos de proteção:
Capacete Arai Tour X5
Blusão Rev’ít! Offtrack
Luvas Rev’ít! Dirt 3
andardemoto.pt @ 29-7-2025 12:18:24 - Texto: Rogério Carmo | Fotos: Luis Duarte
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