Teste Suzuki GSX-8T/8TT - Ritmo Vintage
A Suzuki reforça com estes novos modelos a sua presença no segmento naked sport, “duas propostas que fundem o espírito retro com tecnologia de ponta”. Será que o valor acrescentado justifica o preço?
andardemoto.pt @ 22-10-2025 07:25:00 - Texto: Rogério Carmo | Fotos: Rui Jorge
As novas GSX-8T/8TT reinterpretam elementos clássicos das lendárias Suzuki do passado, aliando um design moderno às mais recentes inovações tecnológicas da marca japonesa. Ambas estão equipadas com o já bem conhecido motor bicilíndrico de 776cc que também anima as Suzuki GSX-8S, GSX-8R e as V-Strom, 800 e 800 DE, sendo que ainda poderá estar destinado a outras iterações que deverão, provavelmente, ser apresentadas em breve!
A GSX-8T remete para a T500 "Titan" dos anos 60, então uma naked de alto desempenho.
Partindo da mesma base, a GSX-8TT é inspirada nas motos de competição da década de 70, como a mítica Yoshimura GS1000 AMA. Segundo a Suzuki, o "TT" do nome junta o modelo base "T" ao conceito de "Timeless", destacando a intemporalidade do design clássico desta versão contemporânea.
O meu primeiro encontro com estas máquinas foi num cenário muito apropriado, também ele cheio de ligações ao passado e a tempos mais simples, mas muito mais requintados: O Curia Palace Hotel, onde a Moteo Portugal, importadora da Suzuki para o nosso país, reuniu a imprensa especializada lusa, para lhe proporcionar um primeiro contacto dinâmico.
E foi assim, numa manhã enevoada a lembrar o fim do Verão, que me sentei aos comandos de uma GSX 8T alaranjada (Candy Burnt Gold - a única cor disponível para teste), a caminho da Cruz Alta, desfrutando com algum respeito pelo piso pouco confiável devido à humidade, aquelas belas estradas da região do Buçaco.
Felizmente foi nevoeiro de pouca dura e, antes de chegar ao famoso miradouro, já o sol fazia brilhar as delicadas curvas das 8T e também das 8TT que se distinguem pelas carenagens frontal e inferior, desenhadas para melhorar a aerodinâmica e reforçar o estilo “racer”.
Durante o dia ia tendo oportunidade de andar numa e noutra versões, sendo que em andamento a diferença entre elas é praticamente nula, excepção feita à maior proteção aerodinâmica proporcionada pela pequena carenagem da 8TT, que também incorpora os piscas frontais, ao contrário dos da versão 8T que têm uma instalação convencional.
Sendo muito mais atraentes em presença do que nas fotos, ambos os modelos merecem o crédito de entregar precisamente aquilo que a marca anuncia: fundir o espírito retro com tecnologia de ponta.
No entanto, tenho que admitir que foi a 8TT que mais me agradou, pela pequena carenagem frontal que ajuda a enfrentar as maiores tiradas além de lhe conferir uma personalidade mais marcante, e especificamente a verde, ou Pearl Mat Shadow Green com jantes em dourado, como é definida de fábrica, aquela que me conquistou pela sua elegância, contrastante com a agressividade da opção negra ou Glass Sparkle Black.
A filosofia de design assenta em três pilares: Timeless, Innovative e Passionate (Intemporal, Inovadora e Apaixonante) que se traduzem numa estética neo-retro sofisticada, sem recorrer à mera nostalgia.O farol redondo, com base plana, é inspirado nos modelos dos anos 60 e 70, e oferece uma iluminação eficiente ao mesmo tempo que reforça o carácter clássico.
Os espelhos retrovisores nas extremidades do guiador são uma estreia na Suzuki, e foram alvo de grande preocupação de forma a garantirem um design refinado, mas também uma excelente visibilidade para a traseira, mesmo apesar da minha volumosa pessoa.
O depósito de combustível, com capacidade para 16,5 litros, apresenta formas esculpidas e um acabamento cuidado, emprestando charme ao desafogado posto de condução que beneficia de uma ergonomia muito bem conseguida, mesmo para os motociclistas de tamanho XL.
O assento exclusivo da GSX-8T apresenta um design canelado com espuma de alta densidade, enquanto o da GSX-8TT inclui costuras decorativas e um perfil desportivo, com o assento do passageiro a poder ser substituído por uma peça rígida que confere um aspeto mais desportivo, e que é perfeitamente legal pois a TT tem homologação para 1+1 passageiro, facto que lhe permite circular sem o assento traseiro. Apesar de ligeiramente mais baixo, o almofadado do assento não se revela desconfortável.
E se em termos de design as GSX 8T e 8TT cumprem o prometido, em termos tecnológicos também. A suavidade e disponibilidade do motor assentam que nem uma luva nestes modelos refinados, que tanto permitem uma condução descontraída em ritmo de passeio, como uma condução empenhada em ritmo terapêutico.
Todo o conjunto, tal como nos outros modelos que partilham esta plataforma, revela-se extremamente fácil de conduzir e capaz de proporcionar altos níveis de confiança, graças à travagem potente e doseável e á extrema precisão de resposta do acelerador. A caixa de velocidades é de uma suavidade impressionante e o quickshifter funciona na perfeição em qualquer regime e entre cada relação.
Fáceis de inserir em curva, muito ágeis e com uma direção muito precisa, o seu maior defeito será a pouca brecagem, que se desculpa pela facilidade de manobra proporcionada pelo baixo peso (203 kg em ordem de marcha) e pouca altura do assento ao solo (815mm na T e 810mm na TT).
A suspensão, com uma afinação a tender para o desempenho desportivo, ainda assim consegue garantir algum conforto, apesar de os 130mm de curso da forquilha Kayaba serem manifestamente insuficientes para pactuarem com troços mais degradados a alta velocidade.
O Suzuki Intelligent Ride System (S.I.R.S.) integra um conjunto avançado de sistemas electrónicos em que se destacam o Suzuki Drive Mode Selector (SDMS) com três modos de entrega de potência ( Activo, Básico e Conforto), Controle de tracção (STCS) com três níveis de intervenção e desligado, Quick Shifter bidireccional, Easy Start e Low RPM Assist, além do obrigatório ABS, tudo isto gerido por um interface simplificado e muito acessível, com a ajuda de um painel TFT a cores de 5” que apresenta informações bastante legíveis em tempo real, com modo diurno/nocturno e alertas pop-up.
No entanto a eletrónica não se faz sentir e as diversas configurações são muito fáceis de selecionar. Uma tomada USB Tipo C, integrada no design, garante carregamento rápido de acessórios como o telefone ou um GPS.
O sistema é alimentado por uma nova bateria da Eliiy Power, muito mais leve que as convencionais que equipavam modelos anteriores, com elevada fiabilidade e uma duração até 10 anos.
Veja a GSX 8T em pormenor
Alguns argumentos menos favoráveis que tenho escutado sobre estes modelos referem-se ao preço de 11.499 € da 8TT e o de 10.499 € da 8T, que parecem bastante inflacionados quando comparados com o da GSX 8S (8.999 €) que oferece basicamente o mesmo em termos de tecnologia. Mas todos sabemos que o estilo tem preço e que a exclusividade se paga! E mais, ao se considerar a qualidade de construção, garantida pelo selo “made in Japan”, então talvez seja razão para se encarar a compra como um investimento, ganhando-se exponencialmente em fiabilidade e longevidade, fatores que a marca de Hamamatsu nos tem habituado.
Até porque a concorrência tampouco se faz rogada a marcar os modelos seus concorrentes: A Triumph Speed Twin 900 tem um preço de 10.195,00€, A Ducati Scrambler Icon, 13.770€, a Kawasaki Z900 RS, 13.790€ e a Yamaha XSR 900, 11.595,00€ (a versão GP custa 13.999,00 €).
Seja como fôr, se o charme retro lhe agrada, então recomendo-lhe que procure um concessionário Suzuki e faça um test ride a um destes modelos.
Veja a GSX 8TT em pormenor
Alguns argumentos menos favoráveis que tenho escutado sobre estes modelos referem-se ao preço de 11.499 € da 8TT e o de 10.499 € da 8T, que parecem bastante inflacionados quando comparados com o da GSX 8S (8.999 €) que oferece basicamente o mesmo em termos de tecnologia. Mas todos sabemos que o estilo tem preço e que a exclusividade se paga!
E mais, ao se considerar a qualidade de construção, garantida pelo selo “made in Japan”, então talvez seja razão para se encarar a compra como um investimento, ganhando-se exponencialmente em fiabilidade e longevidade, fatores que a marca de Hamamatsu nos tem habituado.
Até porque a concorrência tampouco se faz rogada a marcar os modelos seus concorrentes: A Triumph Speed Twin 900 tem um preço de 10.195,00€, A Ducati Scrambler Icon, 13.770€, a Kawasaki Z900 RS, 13.790€ e a Yamaha XSR 900, 11.595,00€ (a versão GP custa 13.999,00 €).
Seja como fôr, se o charme retro lhe agrada, então recomendo-lhe que procure um concessionário Suzuki e faça um test ride a um destes modelos.
Neste teste usámos o seguinte equipamento de proteção e segurança:
Capacete NEXX X.WST3 Zero Pro Carbon
andardemoto.pt @ 22-10-2025 07:25:00 - Texto: Rogério Carmo | Fotos: Rui Jorge
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