Honda alerta para o crescimento das marcas chinesas no mercado

Minoru Kato, responsável pela divisão de motos da Honda, destaca as ameaças das marcas chinesas e os desafios da mobilidade elétrica

andardemoto.pt @ 22-1-2025 08:34:00

Minoru Kato, nascido em 1965, assumiu em abril de 2024 o cargo de CEO e Diretor-Geral da Central de Negócio de Motociclos da Honda. Com uma vasta experiência na empresa desde 1988, já liderou projetos em diversos países e atualmente é o responsável máximo pela estratégia global de motos da marca.

A entrevista foi originalmente publicada pelo portal japonês Young Machine. Minoru Kato abordou temas como a concorrência chinesa, a inovação tecnológica e os planos para o futuro da mobilidade.


Sobre o objetivo de manter a liderança no mercado, Kato afirmou:

"A Honda tem como objetivo continuar a ser o número um, tanto em motores de combustão interna como em veículos elétricos. O novo motor V3 com compressor elétrico é compacto, potente e eficiente, e protege o meio ambiente. Este projeto, desenvolvido por uma equipa jovem, pretende criar algo inédito, diferente de tudo o que já fizemos ou do que os nossos concorrentes fizeram. Apesar de ainda estar em fase de desenvolvimento, decidimos mostrá-lo no EICMA 2024.”

O executivo também destacou a crescente ameaça das marcas chinesas, que têm expandido rapidamente a sua gama de modelos e conquistado novos mercados.

"Os fabricantes chineses estão a lançar modelos de 400 a 900 cc com configurações de dois, três e quatro cilindros. Além disso, adquiriram direitos de marcas europeias e estão a melhorar a sua imagem participando em competições. Considero isto uma grande ameaça. Durante o EICMA 2024, percebi que os jovens estão a aceitar as motos chinesas. Eles têm uma abordagem agressiva, o que nos obriga a ser mais rápidos se quisermos competir.”


Sobre a filosofia da Honda no desenvolvimento de produtos, Kato explicou:

"Se os fabricantes chineses têm algo que não funciona, corrigem da próxima vez. Já a nossa filosofia é testar, testar e voltar a testar, e só colocar no mercado quando o produto está perfeito, com componentes que não comprometem a segurança. Mas devemos ser mais rápidos e, para isso, precisamos de ajuda externa.”

Sobre a continuidade do DCT e o advento da e-Clutch, afirmou:

"Continuaremos a ampliar o número de modelos com e-Clutch, mas sem abandonar o DCT. A escolha dependerá da categoria da moto. Na Europa, mais de 75% das Africa Twin e NT1100 são vendidas com DCT.”


Por fim, ao ser questionado sobre os investimentos na mobilidade elétrica, Kato reforçou:

"Levamos a sério o setor de motos elétricas, e estamos a aumentar os recursos nesta área. Contudo, não significa que vamos reduzir o foco nos motores de combustão. A transição será gradual, e precisamos de continuar a melhorar os nossos modelos a gasolina para não perdermos a liderança. Inicialmente, as vendas de motos elétricas são baixas, mas queremos que o público reconheça que estas motos são dignas do nome Honda."

Com cerca de 40% do mercado global de motos, a Honda enfrenta desafios complexos, como a transição para a mobilidade elétrica e a ascensão da indústria chinesa, mas Minoru Kato confia que a marca continuará a defender a sua posição de liderança, apostando na inovação e qualidade.


andardemoto.pt @ 22-1-2025 08:34:00


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