Teste Kawasaki Z900 - Raça Apurada

A Multimoto, importadora da Kawasaki para Portugal, fez recentemente a apresentação da nova Z900, a moto mais cobiçada da gama naked da marca de Akashi.

andardemoto.pt @ 23-4-2025 12:30:00 - Miguel Sá Monteiro

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Kawasaki Z900 | Moto | Supernaked

A beleza, a verdadeira beleza, acaba onde a expressão intelectual começa. Esta é uma frase de Oscar Wilde. E realmente, o que podemos dizer da nova Kawasaki Z900 é que ela está transfigurada, brindando-nos com uma nova personalidade.

A versão de 2025 possui, sem dúvida, umas linhas bastante mais acutilantes, em que a frente totalmente redesenhada e uma nova assinatura luminosa tanto na dianteira como na traseira, a tornam bastante mais agressiva. Mas esta Z900 não é só beleza. Segundo a Kawasaki, este modelo assenta em três pilares: Performance, refinamento e Sugomi.

Sugomi é um termo japonês que significa presença imponente e atemporal. Realmente esta nova moto conseguiu refinar os seus argumentos técnicos para poder continuar a ser a moto mais vendida dentro da gama Z. As vendas do anterior modelo começavam a decair, por isso a Kawasaki, ouvindo os seus clientes, decidiu melhorá-la em toda a linha, para oferecer um grande produto final.


O novo motor de 4 cilindros em linha de 948cc tem uma entrega de potência muito suave e linear, que recebe uma preciosa ajuda do novo acelerador electrónico. Notámos o motor sempre cheio, com excelente binário e com uma resposta pronta à mínima solicitação do acelerador. Mesmo em sexta velocidade, a baixa rotação, o motor revelou-se sempre uma agradável surpresa a nível de entrega.

A isto não será alheio o novo corpo de injeção, novo perfil de cames e novo mapa da ECU. Consequentemente, segundo dados da marca, a economia de combustível aumentou 16% e as emissões de CO2 reduziram de 132g/km para 117g/km.

Foi adicionado muito equipamento de série neste modelo de 2025, sem que exista um reflexo no preço: uma unidade de IMU (unidade de medição de inércia) de 6 eixos igual à da Ninja ZX-10rr, quickshifter bidireccional, Cruise control, novo painel de instrumentos a cores TFT de 5 polegadas, que demonstrou excelente visibilidade durante todo o teste e que inclui indicador de ângulo de inclinação e conectividade com smartphone, nem sequer faltando uma tomada USB-C instalada de série na versão SE.


A Kawasaki criou também uma APP totalmente nova, chamada Rideology, produzida dentro de portas, que inclui, entre outras, a função de navegação passo a passo e comandos por voz. Esta moto já está homologada segundo as novas normas EURO 5+ e possui 2 modos de potência e 4 modos de condução (excepto na versão de 70kw) - Sport, Road, Rain e Rider.

A Z900 apresenta-se em duas versões, base e SE. Enquanto a versão base tem uma suspensão mais convencional, a versão SE distingue-se por, na dianteira, ter instalada uma forquilha em cor dourada, totalmente ajustável ,e na traseira, um amortecedor Öhlins S46 também totalmente ajustável.

Quanto à travagem, na frente a versão base está equipada com discos de 300mm de diâmetro e pinças duplas de 4 pistões opostos montadas radialmente, da Nissin.

Por sua vez, a versão SE está equipada com discos dianteiros de 300mm e pinças monobloco de montagem radial M4.32 da Brembo (iguais às da Z H2). Para além disso vem equipada com tubos de travão de malha de aço e bomba principal frontal radial da Nissin.


O travão traseiro é igual para ambas as versões, com um disco de 250mm de diâmetro e pinça simples.

A posição de condução também foi revista com notórias alterações do quadro que resultaram num diferente triângulo ergonómico (ratio entre guiador, assento e poisa pés). Existiu um aumento da altura do assento que agora se cifra em 820mm, mas que não é perceptível em relação à moto da anterior geração, devido ao desenho mais ergonómico. 
Na versão SE o assento possui um revestimento mais agradável ao toque, com melhor suporte do corpo do condutor. 

Este novo modelo vem também equipado com novos pneumáticos - Dunlop Sportmax Q5A. É pena que a versão SE não tenha um upgrade a nível de pneus, tal como é normal noutras marcas.


Curiosamente, achámos os travões da versão base mais acutilantes na mordida inicial que os Brembo da versão SE. Os Brembo necessitam de uma acção mais firme, sendo igualmente muito eficazes. No entanto não andámos quilómetros suficientes em ritmo rápido para notarmos os benefícios (superior resistência à fadiga) dos tubos de malha de aço da versão topo de gama.

Podemos afirmar que também não notámos uma diferença notória entre o comportamento das duas versões no teste de estrada, sendo ambos os conjuntos de suspensões bastantes eficazes, transmitindo muita confiança. Talvez em pista a conversa seja outra.

As diferenças mais notórias são o tacto do travão dianteiro e o assento com mais suporte da versão SE. Este é um elogio ao trabalho efectuado pela Kawasaki na afinação das suspensões da versão base. Tanto filtram com bastante eficácia as irregularidades do piso como são um precioso aliado em condução mais empenhada.

Apesar de ser uma moto de cariz desportivo, não sentimos qualquer cansaço no final do dia, depois dos quilómetros efectuados. Pensamos que este modelo é o equilíbrio perfeito dentro da gama Z, pois tem um excelente comportamento e um motor que chega e sobra para todas as situações. E a nível estético, parece-nos bastante mais apelativa que o modelo anterior.

A versão SE custa exactamente mais €1800 que a versão base. Se bem que é verdade que o equipamento adicional ajuda a explicar essa diferença, pensamos que a versão base já dá muito boa conta de si para uma utilização estradista - e permite poupar uma boa quantia.

Quem puder gastar um pouco mais para ter o topo de gama, vai usufruir de um esquema  cromático mais apelativo, com elementos mais premium.

Apesar do incremento de preço da SE em relação à versão base, não deixa de ser um valor muito apelativo face à concorrência. E é sempre especial olhar para aquele amortecedor traseiro Öhlins dourado a reluzir!

Mas fica a sugestão: independentemente da versão adquirida, se quiser ficar com uma moto ainda mais especial, não se esqueça de fazer o upgrade de pneus assim que os originais estejam gastos. A Z900 vai brilhar ainda mais!

As novas Z900 já estão disponíveis nos concessionários da marca, com preços a partir de 12.690€ para a versão SE, 10.890€ para a versão base e 10.590€ para a versão A2.

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