Paulo Araújo
Motociclista, jornalista e comentador desportivo
OPINIÃO
O Dakar e os portugueses
“Nas motos, meia dúzia dos nossos andaram frequentemente nos lugares da
frente”
Este ano não deixou margem para dúvidas: A par da Espanha,
Argentina e Chile, países muito maiores, somos das nações com mais valores e talento
no Dakar, com uma série de pilotos e até um manager com uma palavra a dizer no
desfecho da mais dura prova de Rali do mundo.
Nas motos, meia dúzia dos nossos andaram frequentemente nos
lugares da frente, e se levarmos em consideração que, se o pódio de uma grelha
convencional são 3 lugares, num plantel de 140 concorrentes, os primeiros 15
têm de ser excecionais.
Também em classes de veículos como os SSV, onde Ferreira e
Palmeiro ganharam várias etapas a caminho de quinto na Geral, e ainda nos
Challenger, onde Ricardo Porém andou com um argentino, chegando a oitavo no
final.
andardemoto.pt @ 9-2-2024 20:21:50 - Paulo Araújo
Nas motos, de longe o maior plantel português, tínhamos pelo
menos 3 pilotos em condições de estar sempre nesse Top 15, se bem que os
azares
próprios destas coisas deram conta de 2 logo ao começo (O temível J. Rod
logo
na 1ª Etapa e o Luso-Alemão Sebastian Bühler na 3ª logo depois de um
estelar 5º
na 2ª).
Isto deixou o único restante numa formação oficial, Rui
Gonçalves da Sherco, com o fardo de carregar as esperanças de todo um
país,
sempre ali a arranhar o Top 10, também ele destinado a fim ainda mais
frustrante, pois acabaria por ter de desistir muito combalido na
penúltima
etapa quando uma grave queda, felizmente sem consequências de maior de
resto,
pôs fim às suas aspirações... após conseguir um 6º, um 8º, dois 11ºs e
um 13º.
Os que, por virtude de alinharem como privados, nunca
estariam em contenção para a vitória direta em Etapas, souberam-se
ritmar e pareciam
ter controlado a prova noutros aspetos: O Major da GNR Maio ficou em 11º
a 12’
do Top 10 entre as Rali GP, e 22º à geral com um melhor de 18º em
etapa. O veterano Patrão, por vezes acabando prudentemente para lá
de 40º, cedo assegurou a classe de Veteranos, deixando o rival seguinte a
quase
6 horas a caminho de um razoável 29º à geral graças à sua consistência.
Até o menos experiente dos participantes, Bruno Santos,
acabou frequentemente perto do Top 20, e esteve sempre em contenção para
melhor
dos “rookies”, classe que acabou em segundo, (além de ter ganho um
prémio pelo
capacete mais original) e decerto nos trará maiores alegrias com a
continuação. Ah, e claro, o grande Ruben Faria, ele próprio vencedor de
um par de etapas quando a prova partiu da nossa capital há uns anos,
teve a
distinta glória de gerir e levar à vitória a poderosa equipa Honda
Monster
Energy, que parece ter herdado o domínio antes exercido pela KTM,
ganhando nada
menos do que 8 das 12 etapas disputadas.
As edições seguintes devem ser interessantes de seguir!
andardemoto.pt @ 9-2-2024 20:21:50 - Paulo Araújo
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