Johan Pereira

Johan Pereira

Motociclista, peregrino da liberdade.

OPINIÃO

De Portugal à Finlândia - Expectativa e realidade

À medida que a data de partida se aproxima, estamos a dar os últimos retoques nos preparativos, que promete não só ser uma aventura pela diversidade de paisagens e culturas, mas também uma oportunidade para testar as nossas capacidades e resistência.

andardemoto.pt @ 13-4-2024 16:47:37 - Johan Pereira

Expectativa

Preparativos

Na fase final de preparação, dedicámos um bom tempo a garantir que as nossas motos estejam em perfeito estado de funcionamento.

Além das verificações e reparações mecânicas realizadas pelos mecânicos, organizámos a bagagem de maneira eficaz e equilibrada, levando apenas o necessário para assegurar conforto e funcionalidade ao longo da viagem.

Tirámos várias fotografias para documentar este momento: as motos, já equipadas e prontas para partir, simbolizando o começo da nossa aventura.

Primeiro Dia

No dia 11, partiremos de Castelo Branco rumo ao Hotel & Aparthotel Cosmos em Andorra com algumas paragens não marcadas para recuperar e abastecer.

Este será o primeiro dia da nossa jornada, marcando o começo de uma experiência que nos levará a explorar novos territórios.

(Esta era a expectativa... no dia 11 chegou a realidade.)


Realidade: 1º dia de viagem

À medida que o primeiro dia se desenrolava, rapidamente percebemos que cada aventura escreve a sua própria história, repleta de imprevistos e aprendizagens. Este relato é o testemunho de um início que, apesar de marcado por contratempos, realça a importância da preparação, da capacidade de adaptação e do verdadeiro espírito aventureiro.

O despontar do dia prometia novas descobertas, contudo, o verdadeiro início da nossa aventura foi assinalado por um atraso não previsto. Estava planeado partirmos às 7 da manhã, mas foi apenas por volta das 9 que conseguimos, efetivamente, iniciar o nosso percurso. A nossa partida transformou-se num pequeno evento comunitário, com os vizinhos a reunirem-se para nos acenar, adicionando uma camada de emoção e sentido de comunidade ao início da nossa jornada.

Ainda em solo português, antes mesmo de atravessarmos a fronteira para Espanha, fomos brindados com um episódio que, certamente, ficará gravado como uma das anedotas mais memoráveis da viagem. Num lapso de entusiasmo, o meu pai, orgulhosamente equipado com o seu casaco novo da Revir, cometeu um pequeno equívoco, mas de consequências significativas: confundiu a entrada de ar do peito com um bolso e aí colocou as chaves da moto, e o mais óbvio aconteceu, a chave tinha caído, desencadeando uma busca frenética que, infelizmente, se revelou infrutífera.


Este contratempo foi apenas o início de uma série de desafios que enfrentaríamos: uma queda parado que amolgou a mala lateral e danificou a tampa de tal forma que a fechadura ficou inutilizável. Felizmente, o meu pai tinha consigo a chave suplente, mas a situação complicou-se quando percebemos que a chave da top case estava junto à da moto.

Sem outra opção, dirigimo-nos a uma oficina em Caria, onde fomos recebidos por um mecânico extremamente prestável que se viu obrigado a furar o canhão da mala para que pudéssemos aceder ao seu interior. Com isto, a mala ficaria permanentemente aberta durante a travessia dos 20 países planeados na nossa viagem. Apesar deste percalço, o mecânico ainda conseguiu fazer um arranjo provisório na mala lateral, permitindo-nos prosseguir.

Inicialmente, o destino do dia era Andorra la Vella, mas os atrasos forçaram-nos a reconsiderar os nossos planos. Acabámos por chegar a Lleida já passava das 23h, decidindo pernoitar num hotel Íbis. Este não era o início que havíamos imaginado, mas cada contrariedade serviu para fortalecer o nosso espírito aventureiro.

andardemoto.pt @ 13-4-2024 16:47:37 - Johan Pereira


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