
Johan Pereira
Motociclista, peregrino da liberdade.
OPINIÃO
De Portugal à Finlândia - 20º e 21º dia
30 de abril e 1 de maio de 2024
No vigésimo dia, ao despontar do dia, partimos em direção a Kristiansand, com a lição bem aprendida da nossa anterior falha na viagem de Tallinn para a Finlândia.
andardemoto.pt @ 2-5-2024 18:22:08 - Johan Pereira
20º Dia – 30 de abril de 2024
A estrada diante de nós era uma mistura de calma e verde, cortando através dos fiordes e da vegetação norueguesa. Duas horas depois, chegámos a Kristiansand, sob um céu finalmente favorável.
Sem perder tempo, dirigimo-nos para o ferry. O relógio confirmava que, desta vez, estávamos no caminho certo. A bordo, o cenário era um emaranhado de vozes, idiomas e sentimentos, com passageiros prontos para embarcar em novas aventuras ou aguardando ansiosos o regresso a casa. O ferry, surpreendentemente cheio, balançava sobre as ondas, tornando cada passo uma luta contra a gravidade, arrancando risos e olhares entre nós.
Já na Dinamarca, continuámos até Vejle, observando a paisagem e o clima alterado.
21º Dia – 1 de maio de 2024
No vigésimo primeiro dia, acordámos no albergue, eu especialmente, com as marcas de uma noite mal passada. O meu colchão estava mais para um campo de batalha do que para um local de descanso, o que me levou a optar pelo chão, surpreendentemente mais convidativo. Para piorar, um inseto decidiu que o meu olho era um bom alvo durante a noite, deixando-me com irritação e vermelhidão para recordar a experiência.
Ao contrário de mim, o meu pai teve uma noite bastante tranquila. A cama dele foi um oásis de conforto, permitindo-lhe horas de sono sem interrupções. Enquanto eu enfrentava as adversidades da noite, ele descansou sem problemas, destacando uma sorte que eu claramente não partilhava.
Ainda na Dinamarca, enquanto reabastecíamos as motos, fomos abruptamente surpreendidos por alarmes estridentes nos nossos telemóveis, seguidos pelo eco de sirenes por toda a cidade. Momentaneamente, acreditámos estar sob ataque, uma impressão que, em retrospectiva, nos provocaria riso. Rapidamente percebemos que se tratava apenas de um teste dos sistemas de emergência, uma prática habitual naquela cidade, mas que para nós constituiu uma fonte de tensão momentânea.
Partimos então em direção a Hamburgo, percorrendo a autobahn, para o meu pai, uma experiência marcada pela velocidade impressionante de outros veículos, alguns passando a mais de 200 km/h.
Chegados a Hamburgo, parámos para comer, eu optei por uma salada e o meu pai por uma pizza, um momento de pausa bem-vindo.
Durante uma pausa após Hamburgo, decidimos parar num caminho de terra, à procura de um momento de tranquilidade. Infelizmente, ao colocar o descanso da moto e descer dela, o suporte enterrou-se na terra mole, resultando na queda da moto. Com isso, parti um dos suportes da mala do tanque e o cabo USB que estava conectado à moto, adicionando mais um percalço à nossa viagem, mas também mais uma história para contar.
A viagem continuou em direção à fronteira da Bélgica, e acabámos por nos acomodar em Leer. A escolha do local foi mais por necessidade de descanso do que por qualquer outro motivo, marcando o fim de um dia intenso e cheio de pequenas aventuras e desventuras.
andardemoto.pt @ 2-5-2024 18:22:08 - Johan Pereira
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