Teste Harley-Davidson Panamerica 1250 ST - Rodeo Ride

De pretensiosa a muito interessante. Podia ser um título para este teste, mas achei-o demasiado injusto, apesar de conter alguma verdade. A Pan America original pretendia ser uma moto de aventura. A nova ST é uma máquina de diversão!

andardemoto.pt @ 15-9-2025 19:00:00 - Texto: Rogério Carmo | Fotos: Luis Duarte

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Harley Davidson Pan America 1250 ST | Motos | Adventure Touring

A Pan America 1250 ST é uma Harley-Davidson que representa o extremo oposto da imagem da marca. Sem qualquer resquício da herança cruiser e partindo de uma base aventureira, passou a ser uma “crossover” demoníaca, extremamente eficaz a proporcionar adrenalina ao mais alto nível!

A versão Special, com a jante dianteira de 19 polegadas e pronta para a aventura mantém-se em catálogo, mas esta versão ST, focada no asfalto, é a grande novidade da marca de Milwaukee.À partida as diferenças são mínimas, e quem olhar apenas para a ficha técnica pode ser levado a pensar que não há diferenças significativas. Mas há!

A roda dianteira de 19 polegadas e as jantes em alumínio fundido, a diferença mais visível deste novo conjunto, melhoraram a agilidade. O guiador mais estreito, o guarda lamas dianteiro rente à roda e a ausência de proteções de punhos, também revelam a apetência mais asfáltica do conjunto.


Menos evidentes são a suspensão de curso mais reduzido e o peso em ordem de marcha 12 quilos mais leve. A suspensão mais curta, mais firme e com menos 21mm de curso, proporciona, além de uma negligenciável redução da altura do assento ao solo, um melhor comportamento dinâmico, com maior estabilidade em curva e mais precisão na direção.

Depois de muitos quilómetros aos comandos da versão original, como uma participação no Lés-a-Lés de 2021, e mais umas quantas escapadelas prolongadas nas versões dos anos seguintes, já com quickshifter, foi um verdadeiro prazer e uma agradável surpresa rolar com esta Pan America ST.

Não que a versão normal seja menos interessante, tendo em conta o seu propósito, mas a maior agilidade desta versão ST transforma a condução em algo mais entusiasmante, é mais “ligada ao cérebro”, mantendo trajetórias perfeitas mesmo em ângulos mais inclinados ou mais fechados. A travagem, que se revela também mais assertiva na mordida inicial, apesar de contar com o mesmo sistema de fricção, proporciona elevados níveis de confiança. 


O menor peso e a suspensão mais firme, além da geometria ligeiramente diferente, são responsáveis por potenciar substancialmente a agilidade e o desempenho do motor Revolution Max 1250, que apesar de na ficha técnica apresentar as mesmas especificações da versão aventureira, parece mais regular, mais responsivo, mais linear e com uma tonalidade de escape ainda mais interessante, a fazer muito mais sentido numa boa estrada de montanha do que aos pulos em caminhos de cabras.

Apesar de não ter nenhum dado que o comprove, a caixa de velocidades da ST também me pareceu muito mais suave e precisa, o que eventualmente também justifica o melhor desempenho do quickshifter, que nas versões anteriores tinha algumas incongruências na sua resposta.

Assim, agora nesta configuração mais asfáltica e graças a um curso de suspensão de 170mm e aos 150cv de potência disponibilizados pelo seu motor, a Pan America é uma moto que pode perfeitamente e sem preconceitos concorrer em termos de utilização com uma Suzuki GSX-S 1000GX, uma Kawasaki Versys 1100SE ou uma BMW S1000XR, seja em termos de prestações dinâmicas, de refinamento tecnológico ou de qualidade de construção, oferecendo um enorme potencial para grandes viagens, revelando-se rápida e confortável, sobretudo a solo e com pouca bagagem para quem quiser emoções fortes, mas que também pode perfeitamente transportar um passageiro com bastante conforto.


A sua posição de condução elevada, o desafogado posto de condução, a altura do assento ao solo mais favorável, mas sem perder a capacidade de enfrentar com relativa facilidade estradas de terra ou caminhos mais degradados, tornam esta “cross over” bastante apetecível para quem gosta de viajar sem se meter em grandes aventuras.

No entanto, e apesar da apetência mais estradista, a Pan America ST podia perfeitamente vir equipada com o mesmo ecrã pára-brisas da sua irmã aventureira e com proteções de punhos, ficando ainda mais adequada para longas viagens, potenciadas pelo conforto a bordo e pela boa autonomia que o depósito de 21,2 litros oferece, tendo em conta um consumo que pouco varia dos 6,5 litros numa utilização “normal” (o fabricante indica valores de 5,7 l/100 km).


Com um preço a começar nos 20.900 €, dependendo do nível de acessorização, a Pan America ST vem equipada com um pacote eletrónico muito completo do qual se destacam a unidade de medição de inércia que confere ao ABS e ao Controlo de Tração um melhor desempenho, permitindo prolongar a travagem quase até ao apex da curva, e acelerar a fundo mal se veja a sua saída.

Travagem combinada, sistema de controlo de descolagem das rodas (tanto da traseira na travagem como da dianteira na aceleração), sistema de travagem automática em subida, sistema de monitorização da pressão dos pneus e suspensão de ajuste eletrónico que conta com o sistema de rebaixamento automático na paragem. Isto sem esquecer o já quase inultrapassável emparelhamento do smartphone para aceder a chamadas, música e navegação, via aplicação da marca, são fatores muito interessantes para quem procura fazer muitos quilómetros em controle, reduzindo a fadiga e consequentemente permitindo uma maior concentração no trânsito.

Só não consigo perceber porque é que a Harley ainda não ouviu a grande quantidade de utilizadores que se queixam dos dígitos do painel de instrumentos serem demasiado pequenos, dificultando uma leitura rápida, apesar de este ser um ecrã TFT de 6,8 polegadas a cores e sensível ao toque, que podia ser melhor aproveitado.

Numa análise final, confesso que fiquei seriamente bem impressionado com as capacidades do conjunto. Permite andamentos muito rápidos, proporciona muita confiança a curvar, tem uma travagem muito acima da média e o motor satisfaz seja pela sua capacidade de nos impulsionar para a frente, como pela melodia do escape. 

A caixa de velocidades tem um acionamento preciso e, a par com o respetivo quickshifter, garante elevados níveis de diversão. Por seu lado, a suspensão responde perfeitamente às maiores exigências. Ergonomicamente muito bem desenhada, com um interface de utilizador bem estruturado, permite longos períodos de condução sem qualquer queixa. Esteticamente é diferente. 

Tem aquele ar de tubarão predador e intimidante, que lhe assenta na perfeição. Conduzida com empenho, faz-nos sentir como que num rodeo, montados num animal feroz!

Se procura emoções fortes e uma imagem distinta, então sugiro-lhe que procure um concessionário da marca e agende um test-ride!

Neste teste utilizámos o seguinte equipamento de proteção e segurança:

Capacete HJC I91

Casaco Ixon Ragnar

Jeans Peter RSW

Botas TCX Climatrek Surround GTX

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