
Susana Esteves
Jornalista e motociclista
OPINIÃO
E tudo o vento quase levou!
Nem todos gostam de andar de moto no inverno. A chuva representa um risco acrescido na estrada, o granizo é especialmente desagradável e os dias mais frios são terríveis, mesmo com equipamento de qualidade. Mas o vento é, para mim, o pior!
andardemoto.pt @ 6-6-2022 20:42:00 - Susana Esteves
Não estou a falar de aragens, ligeiras brisas ou mesmo de vento moderado. Falo de vento forte, lateral ou cruzado, com rajadas, o que sentimos há pouco tempo um pouco por todo o país.
O vento dita as regras quando pensamos em atravessar as pontes ou escolher a autoestrada. Determina o lugar onde estacionamos e a posição em que deixamos a moto. A minha caiu esta semana devido a uma rajada de vento forte, simplesmente porque não fui suficientemente rápida a determinar o grau e o ângulo mais ajustado à direção do vento (é quase preciso um curso).
Determina a moto que escolhemos conduzir nesse dia (para quem tem opção). As motos mais leves e pequenas são as que mais sofrem. Coloca-nos travão na velocidade a que circulamos quando vamos entre os carros. Aliás, este ponto é particularmente crítico. Uma rajada de vento destrói em milésimos de segundo qualquer “medição a olho” tirada no meio do trânsito. Basta uma rajada para sermos projetados para cima do carro do lado.
Condiciona a escolha da roupa e do capacete. Por regra, todo o equipamento deve estar justo para não criar desequilíbrios. Mas quando há ventos fortes, até umas calças mais largas fazem diferença.
Quando comecei a andar de moto o vento foi o meu adversário mais temível. Tínhamos/temos uma relação de ódio-ódio muito especial. E na altura deram-me umas dicas para andar de moto quando está muito vento que me pareceram saídas de um episódio dos “Apanhados”.
Entre a dica de aumentar a tração, a pressão sobre o guiador e a posição do corpo na moto, disseram-me para fazer a bandeira. Ou seja, abrir/ rodar a perna para fora da carenagem da moto, do lado que vem o vento. É mito ou verdade?
Nos primeiros tempos lá andava eu de perna meia aberta, ora para um lado ora para outro, a tentar perceber se aquilo funcionava, ou se tinha sido vítima de uma piada ou praxe motociclista. Seja qual for a técnica, a palavra de ordem é prudência. O vento é traiçoeiro e tudo acontece em milésimas de segundo.
Abril 2022
andardemoto.pt @ 6-6-2022 20:42:00 - Susana Esteves
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